sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

(Foto: Alice Lemarin)

lá fora o sol aparece sem convocatória.

diz-nos da janela o seu abrir, resplandecente.

tiro o vestido empoeirado do armário

e visto-me para sair.

há tardes que não foram feitas para combinar

com o resto de nós que habita nos fundos da casa.

Inverno. tão demorado Inverno.

2 comentários:

Azul Neblina disse...

Não sei se já te disse mas gosto imenso do poema do Ramos Rosa a quem fazes jus no título do teu blogue. E gosto dessas palavras que alinhavas aí.

Há que ter uma centelha de vida. E quando te leio assim não são apenas cinzas. São mais que brasas. São fogo.

Queen Frog disse...

azul neblina,

Um azul tão intenso, esse, o neblina:)

Sim, é fortíssimo o poema de Ramos Rosa. Não o escolhi em vão.
É a primeira vez que "falamos", por isso não mo tinhas dito.

A arder em palavras.

;)*