segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

(Foto: Adriano Miranda)
[É para dizer, é?
Não sei. Tem que se...tem que se escolher, não é?
O «navio de espelhos», onde é que está?
Está aí o «navio de espelhos», não? Está? Está?]
[Fecha, fecha.
O que é que lhe parece? Hã?]
[Ai já está?
Vamos ver se eu consigo dizer isto inteiro.]
[Foi bem?
Mas fiquei com a cabeça a arder!]
[É bom. Que tal?
Agora um para puxar menos.]
[Ai!Já estou em pulgas.
(Agora um cigarrinho) É!...]
[Mas não era este que eu queria.
Ah!]
[Estou à procura do que não encontro.
Ah!]
[Por hoje já chega, ou não?
Só mais este.]
[Então vou começar.]
[Queria...]
[A noite...]
[Aqui está «dever», mas é «querer»]
[Estou com uma voz mais esquisita que no outro dia, não?]
[Todos, todos, todos. Até nós.
E agora?...]
[Este...talvez não interesse muito.]
[Não chega?
Ah!]

in Poemas de Mário Cesariny, escolhidos e ditos por Mário Cesariny

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